domingo, 13 de novembro de 2011

ideiando o início da mudança...

Saindo de casa as primeiras coisas....

Um quarto de século....parece tanto né?  Foram 25 anos nessa casa, uma bela parte da minha vida, uma parte festeira, outra bastante problemática, por vezes muito doída, mas tudo deixou saudades.
Ver a casa que construímos ficar sozinha, sem nós e nem o principal, está sendo, ainda, o mais emocional de tudo. Parece que a casa tem alma, que chora a nossa ausência.
Continuo retirando coisas de lá, pois na casinha nova tudo é um quebra-cabeças, tem que encaixar direitinho, senão não cabe.
Voltando à saída da casa: os homens da transportadora estavam num entra-e-sai incansável e eu no comando, sem sentimentos e nem fricotes. Mas se parasse, desmoronava.
Agora, hoje, lembrando do dia, fico com um vazio na alma.
Profundo isso, mesmo com uma casinha querida sendo montada, minhas raízes estavam lá, fincadas por entre as areias grossas do meu jardim.
Sou a primeira que sai daquele pedaço de chão, nosso clã familiar mora lá desde que me conheço por gente, cada um no seu pedaço, mas todos juntos.
Eu quebrei essa tradição, ousei sair de lá, mudar minha maneira de viver.
Estou fechando um ciclo, aliás, acho que toda família está fechando um ciclo: eu fui embora de lá, um irmão está se separando, outro luta contra um câncer, minha mãe completou 87 anos em meio a essas mudanças, num corre-corre de ajuda a quem está precisando no momento.
Volto lá todos os dias, esse cordão de ligação ainda vai demorar para ser cortado.
Ou não.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ideiando as novidades...

Partes da casinha

Em agosto achei a casinha que eu procurava, 1/3 menor que a minha casona. Iniciou-se um processo frenético de um ciclo de obras-logística-mudança, quando saí do ar e me aprofundei totalmente no assunto.
Sair de um espaço muito grande para um pequeno requer uma adaptação especial, mas eu estava certa do que estava fazendo.
Bem, a logística era o meu maior desafio, pois estava completamente sozinha nessa empreitada, minha filha estava em estágio, trabalha à tarde, faculdade à noite e uma normal rejeição pela idéia de deixar seu porto seguro e partir para uma vida nova.
Temos que entender.
Bem, depois de disponibilizar toda a mão-de-obra disponível no mercado aqui da zona sul (palavras de uma amiga que não conseguia contratar meus auxiliares...), fiz uma reforma na casa que durou 2 meses na parte grossa, que foi tirar janela, portas, mudar de lugar algumas coisas, lixar e passar synteko na sala, pintar a casa toda, essas coisas que ou faz... ou faz....
Dividi a mudança física em duas vezes, com uma logística que se aproximou do ideal, com pequenos problemas de percurso, ou melhor, de tamanho... Eu não tinha noção do tamanho dos meus móveis, sempre vivi em casa grande e estava indo para uma caixinha de fósforos, em comparação.
No primeiro dia da mudança eu estava emocionalmente instável, enquanto as lágrimas corriam, eu via tudo saindo do lugar, tudo mexido, tudo despencando.
Quando me dei por conta estava abaixada recolhendo pedaços e sobras da minha vida, uma foto perdida aqui embaixo de um móvel, um marcador de páginas esquecido atrás de outro móvel, coisas que em 25 anos foram se escondendo de mim aos poucos.
Vou contae essa grande modificação em partes, por hoje não dá mais tempo...
O meu marceneiro preferido (apelido dele) está lá embaixo terminando o armário da cozinha, o entregador de água está batendo a campainha, a empregada chamando, preciso ir.
Mas me sinto feliz, mesmo em meio às caixas espalhadas pela casa.
Me sinto quase livre de tanta coisa que armazenei ao longo dos anos.
Desapego, palavra que provoca emoções fortes.