domingo, 2 de setembro de 2012

ideiando muuuuuuito....


Esqueci de ser feliz...

                                           olhando para os benefícios financeiros que adviriam de uma venda.... esqueci de ser feliz!!!  Enclausurada no futuro, esqueci do hoje, do presente...  Preocupada com minha filha e seu futuro, momentaneamente esqueci dos pequenos valores da vida, que sustentam a minha vida.
Esqueci dos valores mais simples como um final de tarde à beira do Guaíba, dos momentos de pensar sentada no meu matinho antigo, dos cheiros da terra daqui de Ipanema, do barulho das ondas do rio, dos pássaros que habitam as árvores do meu espaço, esqueci até do pio irritante de uma coruja insistente, que mora na bela mangueira ao lado da minha janela do quarto, bem como do coaxar dos sapos que habitam ao redor da piscina e que fazem festa nos dias de chuva.
Bobagens?  Não... não são bobagens....são vida, são sustento emocional, são as alegrias que temos todos os dias, são aquele sorriso imperceptível que damos vendo coisinhas do cotidiano, como hoje quando vi meu gato José tomando água diretamente da piscina,  apoiado na escada... ou quando vi o bem-te-vi comendo a ração do gato José...
Achei que tiraria de letra a mudança que eu imaginara ser fácil. Também erroneamente achei que as lembranças se apagariam com mais facilidade se eu trocasse de lugar para viver...
Pois é, depois de me instalar na casinha escolhida, aos poucos fui me encolhendo, o sorriso foi ficando menos fácil, as emoções escondidas de mim mesma começaram a ficar à mostra, pois eu  não percebia nada, mas minhas amigas sim. Amigas e companheiras da estrada de vida... Depois de reclamarem da falta dos meus sorrisos, da minha tristeza aparente e estampada, comecei a me ver de outra forma, a questionar os valores que estava considerando. E precisei chorar... fui buscar uma das amigas pra falar da vida... ganhei um abraço e pedi permissão de colher pequenas florzinhas que estavam no seu gramado. Quando caminhei pelo gramado macio, tirei os sapatos e abri os braços, olhando pro céu. Suspirei profundamente e as lágrimas escorreram: entendi!!!   Ali estavam escancaradas tantas azaléias floridas, no meu jardim elas não floresceram ainda, ali o gramado estava vivo, o meu estava opaco... entendi!!!!  A falta é um sentimento mútuo... a saudade abrange todas as formas de vida...
Valeu a lição... estou voltando pro lugar onde fui feliz, mas com valores bem diferentes.
Ainda bem.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ideiando os tempos de Cronos...


Novamente postando, depois de tanto tempo...

A roda do tempo é inexorável, vai e vem numa precisão nem sempre de acordo com o que queremos. Nesse momento estou em cima de decisões especialmente difíceis, mas não impossíveis.
Estou tomando as rédeas da vida em minhas mãos novamente, até porque eu pensei que descansaria depois da mudança... Vamos lá, vem novidades pela frente.
Encontrei fora do meu mundo conhecido até então, um mundo muito estranho, cheio de complicações. Sinto falta do meu mato, da terra onde me criei, que na verdade é puro areião de Ipanema...hehehehe...., dos cheiros, do barulho do rio. Na real.... quero voltar pra lá, acampar na casa à venda e construir a casinha pequena que idealizo nos meus sonhos. Estou caminhando nessa direção, ser eu mesma novamente.
Torçam por mim.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Vontades...



     Final de mais um dia, na praia de Ipanema, P.Alegre, RS.


Engraçado como certas pessoas influenciam as nossas decisões de vida, mesmo sem querer.  Aconteceu comigo no domingo...num passe de mágica, em meio a uma conversa que acabou se tornando séria, as considerações de um médico me fizeram dar uma paradinha no tempo e sinceramente pretender me comprometer mais comigo mesma.
Explico: sou muito relapsa com cuidados para comigo, relapsa tipo não me exercito, não caminho....(meu esporte preferido é um livro e uma rede), não acho nunca tempo para meditar, uso muito minhas pernas de borracha (pneus), não consigo me comprometer, pois sou daquelas criaturas que se disserem "sim, eu me comprometo", realizam o prometido nem que seja indo até o fim do mundo....então não falo quando não tenho certeza de que farei....
Mas cuido da alimentação, procuro alimentos saudáveis e sem agrotóxicos quando dá, poderia ser vegetariana pois a carne não faz diferença, enfim, estou gorda por relaxamento mesmo.
Depois do tal papo, comecei a trilhar por menos de meia hora, comecei a ver novamente as coisas com outros olhos, as belezas que eu tinha esquecido ultimamente...  e a vontade de escrever voltou, de fotografar também...
Andei esquecida de mim mesma, andei longe de mim mesma, andei sozinha com minha sombra...
E agora, com minhas músicas, meus propósitos, meus amigos e uma vontade ainda meio débil de me exercitar, parece que voltei à vida... realmente o período que passei foi uma morte, um final de ciclo, um término benéfico... Ficou lá atrás o meu passado, que foi lindo, mas passou.
O esforço está valendo a pena.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

ideiando novidades...

              Chalé da Praça XV - Porto Alegre/abril 2012

Já cansei de falar em mudança, de viver a mudança e de contar as peripécias da mudança. Só vou dizer uma coisa: ela está terminando essa semana, ou seja, 6 meses depois... Agora é que estou realmente entregando a casa grande para venda.
Foi meu maior desafio de vida, podem crer!!!

Mas quero retornar a escrever contando que fiz sem querer, de braço com meu irmão, uma incursão ao Centro Histórico de nossa cidade, na verdade desde a periferia onde tinhamos ido até o centro da cidade, uma maratona de quase uma hora de um extremo ao outro. A idéia era ir até uma ferragem em plena Voluntários e depois ir tomar um café no Chalé da Praça XV.
Quem mora aqui em PAlegre sabe que quando se fala em Voluntários se fala em povo, povo e povo... Quando se menciona a Praça XV a gente já
segura a bolsa e esconde o relógio... Mas tudo está muito cuidado, pelo que vimos.
Gente, o povo na Voluntários era assombroso, parecia um formigueiro... Num sábado à tarde???  Cruzes!!!  Acabei comprando uma cortina blackout, que estava há meses por comprar e nunca dava jeito de ir até a loja, dessa vez passei em frente a uma filial. Nossa, no Centro tudo é mais barato, a gente faz as mesmas coisas por um precinho bem menor.
Bem, depois de passearmos entusiasmados pelas reformas do centro, fomos ao Chalé tomar o café. Quase não tinha mesa livre e o pessoal que lá estava não era o que esperávamos, era muito melhor... Turistas aos montes, pessoas bem vestidas almoçando (lascamos o olho na comida super bem servida e lindona), um chopp esperto que vimos sendo tirado, uma fila imensa no caixa para pagar...
Saímos prometendo a nós mesmos que vamos trazer as nossas filhas para almoçar lá e contar a história do redondo dos bondes, o antigo terminal, logo ali atrás, onde o mano e eu sempre íamos para pegar o Floresta e voltarmos pra casa...
O passeio terá que ser repetido e a sobremesa do tal dia que planejamos será no Mercado Público, lá no meio dele, o tal sorvete com frutas que eu não lembro do nome, famoso até hoje.
Mas também tem o Gambrinus para almoçar...o Café do Mercado para comprar, a banca do holandês para explorar...
 Nossa, esse remembering foi demais, foi uma volta ao tempo de adolescentes com olhos maduros ....... mas nada mais é do jeito que era.
Assim como a minha mudança.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Ideiando o dar e o receber...

                                 Fim de tarde na praia de Ipanema, um belo bairro de Porto Alegre.

Estou mudando de casa há alguns meses. Sim.... há alguns meses...
Saí de uma casa muito grande e espaçosa, com um terreno imenso, piscina grande, salão de festas muito espaçoso, etc .etc... para uma casa em condomínio, pequena. Podem imaginar o trabalho?


Achei que tiraria de letra, mas não tem sido bem assim... Separar e dar o que me acompanha há um quarto de século não tem sido tarefa fácil, por isso eu falo que estou me mudando AINDA... Embora  esteja efetivamente morando na casinha desde outubro, ainda estou retirando coisas e coisas e coisas da casa grande.


Desapegar-se das coisas que me acompanham há tanto tempo, numa casa onde tinha espaço para guardar tudo, esse é o motivo desse texto hoje... que nasceu da observação de escutar comentários a respeito.


O exercício de dar e o ato dos outros de receber... tem sido pra mim um motivo de observação constante, ou seja, como as pessoas recebem o que se quer dar de coração aberto.
Estou dando as minhas coisas, não são restos não, são as coisas com as quais eu convivi anos e anos e que agora preciso passar adiante, tendo em vista não caberem no novo lar.
Quando resolvi dar as coisas e não vender, eu pensei nos vários “R” que se aprende em ecologia, RECICLAR, REUTILIZAR, RENOVAR, REFAZER, enfim, tomei a decisão de não fazer nada novo, tinha o suficiente para montar nova casa sem comprar nada. Então passei a dar o que não poderia levar junto, mas dar para pessoas que estivessem precisando daquele objeto, daquele móvel, daquele abatjour. Isso está levando tempo e tem sido bem gratificante, pois tudo está indo para os lugares exatos, o que me deixa muito alegre. A cadeira que foi para quem precisava de uma nova pro seu computador, as enciclopédias para quem não tem como pesquisar no tio Google, as luminárias para quem tem quarto novo, a máquina de lavar, quarto com cama, tapete, cortina etc, para quem separou... geladeira para quem tem uma muito pequena...enfim, dei tudo que precisava e queria dar, para alegria de todos.


Mas será que as pessoas sempre receberam com alegria? Ou pensaram que era obrigação minha o ato de "dar" ??
Foi isso que eu escutei... alguém falou em restos, que eu estava dando meus restos... Fiquei perplexa com a falta de entendimento, com a falta de humildade em receber coisas dadas nas circunstâncias em que estavam sendo dadas...
Não chegou a doer na alma, pois larguei “lá pra cima”, eles lá em cima que resolvam, pois eu sei que o que vale nessa vida é a intenção... e a minha intenção honesta e clara foi a de dar para quem precisa.
Mas olhei com olhos de pesquisa para essas pessoas... que estranhas que são...  ou sou eu que sou estranha por tentar ser útil e usar os mil RRR  pensando mais ecológicamente?
Vai saber....