domingo, 29 de janeiro de 2012

Ideiando o dar e o receber...

                                 Fim de tarde na praia de Ipanema, um belo bairro de Porto Alegre.

Estou mudando de casa há alguns meses. Sim.... há alguns meses...
Saí de uma casa muito grande e espaçosa, com um terreno imenso, piscina grande, salão de festas muito espaçoso, etc .etc... para uma casa em condomínio, pequena. Podem imaginar o trabalho?


Achei que tiraria de letra, mas não tem sido bem assim... Separar e dar o que me acompanha há um quarto de século não tem sido tarefa fácil, por isso eu falo que estou me mudando AINDA... Embora  esteja efetivamente morando na casinha desde outubro, ainda estou retirando coisas e coisas e coisas da casa grande.


Desapegar-se das coisas que me acompanham há tanto tempo, numa casa onde tinha espaço para guardar tudo, esse é o motivo desse texto hoje... que nasceu da observação de escutar comentários a respeito.


O exercício de dar e o ato dos outros de receber... tem sido pra mim um motivo de observação constante, ou seja, como as pessoas recebem o que se quer dar de coração aberto.
Estou dando as minhas coisas, não são restos não, são as coisas com as quais eu convivi anos e anos e que agora preciso passar adiante, tendo em vista não caberem no novo lar.
Quando resolvi dar as coisas e não vender, eu pensei nos vários “R” que se aprende em ecologia, RECICLAR, REUTILIZAR, RENOVAR, REFAZER, enfim, tomei a decisão de não fazer nada novo, tinha o suficiente para montar nova casa sem comprar nada. Então passei a dar o que não poderia levar junto, mas dar para pessoas que estivessem precisando daquele objeto, daquele móvel, daquele abatjour. Isso está levando tempo e tem sido bem gratificante, pois tudo está indo para os lugares exatos, o que me deixa muito alegre. A cadeira que foi para quem precisava de uma nova pro seu computador, as enciclopédias para quem não tem como pesquisar no tio Google, as luminárias para quem tem quarto novo, a máquina de lavar, quarto com cama, tapete, cortina etc, para quem separou... geladeira para quem tem uma muito pequena...enfim, dei tudo que precisava e queria dar, para alegria de todos.


Mas será que as pessoas sempre receberam com alegria? Ou pensaram que era obrigação minha o ato de "dar" ??
Foi isso que eu escutei... alguém falou em restos, que eu estava dando meus restos... Fiquei perplexa com a falta de entendimento, com a falta de humildade em receber coisas dadas nas circunstâncias em que estavam sendo dadas...
Não chegou a doer na alma, pois larguei “lá pra cima”, eles lá em cima que resolvam, pois eu sei que o que vale nessa vida é a intenção... e a minha intenção honesta e clara foi a de dar para quem precisa.
Mas olhei com olhos de pesquisa para essas pessoas... que estranhas que são...  ou sou eu que sou estranha por tentar ser útil e usar os mil RRR  pensando mais ecológicamente?
Vai saber....










Um comentário:

  1. Olá, estou chegando, com licença.Concordo com você. Muitas vezes nossas boas intenções não são compreendidas. Vá entender a cabeça das pessoas, não é?

    Um abraço e felicidades na nova casa. :)

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